Se você leu a parte um,
deve ter percebido que Rute e Boaz definitivamente chamaram a atenção um do
outro. Mas quando, afinal, Rute começou a “investir” em Boaz? Espere. Pare.
Reformule a pergunta...
Certo dia, Noemi, sua sogra, lhe disse:
"Minha filha, tenho que procurar um lar seguro, para sua felicidade.” (Rute 3.1)
Isso mesmo. Não foi Rute
quem disse para a sogra: ‘Minha sogra, agora preciso procurar um lar seguro,
para minha felicidade’. (Não que Rute não desejasse isso também, é claro.) Mas
é interessante observar que a iniciativa veio de Noemi. E mais, Noemi também instruiu
Rute sobre como ela deveria agir para com Boaz. E Rute foi humilde e sábia para
ouvir e seguir os conselhos da sogra.
O conselho de Noemi era
recorrer à obrigação que Boaz tinha como parente. A “estratégia” de Rute não
envolvia “dar em cima” de Boaz, seduzi-lo, manipulá-lo, agarrá-lo ou afins.
Pelo contrário, ela fez tudo de acordo com as instruções de Noemi, informando a
Boaz que ele era resgatador[1].
Boaz lhe
respondeu: "O Senhor a abençoe, minha filha! Este seu gesto de bondade é
ainda maior do que o primeiro, pois você poderia ter ido atrás dos mais jovens,
ricos ou pobres! Agora, minha filha, não tenha medo; farei por você tudo o que
me pedir. Todos os meus concidadãos sabem que você é mulher virtuosa. (Rute 3.10-11)
Boaz ficou muito feliz
com a notícia! Cumprir aquela obrigação, na verdade, seria um prazer para ele.
Mas falaremos sobre Boaz em outro texto. O foco, agora, é Rute. Segundo Boaz,
ela era bondosa, pois poderia ter ido atrás de outros em vez de ir atrás dele.
Isso revela algo importante sobre as prioridades do coração de Rute, sobre o
que ela buscava em um marido... Boaz continuou chamando-a de virtuosa. Repare
que Rute deveria ser muito bonita (imagino isso, pois no capítulo dois, Boaz,
logo que a vê, fica interessado em saber mais sobre ela), mas foi por sua
virtude que ela foi intensamente elogiada.
O próximo passo?
Esperar. Rute fez sua parte, dizendo a Boaz que era resgatador. Ela não
resolveu tudo por conta própria. Nem teria como. Ela abriu espaço para que Boaz
tomasse uma decisão e fizesse o que precisava fazer. (Veremos com mais detalhes
esse trecho quando falarmos sobre Boaz). Agora, só lhe restava esperar...
Conseguimos enxergar
semelhanças entre as atitudes de Rute e as nossas? Vamos por partes...
- O que dizer das Noemis
que Deus colocou em nossas vidas? (Por Noemis, quero dizer algo como: “nossos
pais”.) Conversamos com eles sobre meninos, namoro e casamento? Ouvimos e
seguimos os seus conselhos ou tomamos as nossas próprias decisões
independentemente do que eles dizem? A Bíblia diz que o sábio ouve os conselhos
e o tolo os ignora. Temos sido sábias ou tolas nessa área tão importante de
nossas vidas?
- Qual é, afinal, a
nossa “estratégia”? Queremos conquistar pela aparência e sensualidade ou
investir em um caráter virtuoso? Não vale responder apenas na teoria... Vamos
colocar nestes termos: gastamos mais tempo com a Bíblia ou com o espelho?
- Que tipo de rapaz nos atrai? O que isso revela sobre as prioridades do nosso coração?
- Sabemos esperar? Ou
tomamos as rédeas e resolvemos tudo com os nossos jeitinhos?
Capítulo 4
Depois que Boaz resolveu
tudo o que precisava, ele e Rute se casaram e tiveram um filho, Obede. Por seu
amor, devoção e obediência, Rute foi grande fonte de bênção na vida de Noemi,
sua sogra (4.15). As mulheres louvaram a Deus pela vida de Noemi, que agora
tinha um resgatador e um neto, filho da sua nora, que a amava e lhe era melhor
do que sete filhos!!!

Além de ter sido bênção
na vida de Noemi e, com certeza, na vida de Boaz, Rute também teve o imenso
privilégio de ser a bisavó de Davi e de fazer parte da linhagem de Jesus, o
salvador de toda a humanidade! Essa grande bênção Rute provavelmente nunca
imaginaria! Deus faz grandes coisas quando confiamos nEle e lhE entregamos
todos os nossos caminhos, com total amor e devoção a Ele e com amor aos outros,
colocando-os à nossa frente!
Que imitemos o exemplo de
Rute – amorosa, leal, não egoísta, serva, humilde, sábia, obediente, pura,
paciente... Que Deus nos capacite a viver assim para a Sua glória e para que
nós desfrutemos mais e mais da alegria e bênção (para nós e para os
outros) que é viver em Sua vontade!!!
[1]
O resgatador era responsável
pela proteção dos interesses dos membros necessitados de toda a família; no
caso, a responsabilidade era a de providenciar um herdeiro para um irmão ou outro parente que
tinha morrido (conforme Dt 25.5-10)
Juliana Lima
Texto inteligente e Edificante! Amo a história de Rute.
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