Muito provavelmente você já ouviu, ou até mesmo disse, frases
como: “meu corpo, minhas regras”, “ninguém me diz o que fazer”, “só a mulher
sabe o que é melhor para ela” e “lugar de mulher é onde ela quiser”. Todas
essas frases trazem consigo um ideal em comum, que tem crescido cada vez mais
na nossa sociedade, e nos influenciado sem sequer percebermos: o feminismo.
Como lidar com esse tema sob uma perspectiva cristã? É sobre isso que falaremos
no artigo dessa semana.
Feminismo é um movimento social e político que tem como
objetivo conquistar o acesso a direitos iguais entre homens e mulheres. Ele tem
assumido características específicas em suas diferentes fases, podendo ser,
resumidamente, dividido em 3 ondas: A primeira onda surgiu entre o final do
século XVIII e o início do século XIX e foi caracterizada pelos movimentos de
mulheres em busca de direitos civis. Direito ao voto, trabalho e acesso à
educação são alguns exemplos dos assuntos nas pautas das reivindicações. Por
conta do seu caráter prático, alguns sequer consideram essa primeira onda como
feminismo. Esses movimentos foram bem-sucedidos em alguma medida. Muitos
direitos foram conquistados, mas o movimento acabou perdendo suas forças a ponto
de ficar “adormecido”.
A segunda onda, também conhecida como feminismo moderno ou
feminismo propriamente dito, surgiu nas décadas de 1950 e 1960. Enquanto o
feminismo da primeira onda tinha um caráter mais prático, o feminismo de
segunda assume um caráter mais ideológico. Ele se desenvolve a partir de uma
base filosófica existencialista e humanista e propõe uma redefinição radical do
significado de feminilidade. Sua proposta central é a desconstrução de qualquer
ideia essencial de feminilidade, ideia essa que, segundo ele, tem,
historicamente, oprimido e aprisionado as mulheres em uma condição inferior em
relação aos homens.
A terceira onda consiste em consequências mais recentes da
segunda fase e está baseada nos mesmos pressupostos ideológicos que a anterior.
Ok, entendi, e qual é o
problema com o feminismo?
Agora que já aprendemos um pouco mais sobre o feminismo, é
importante que tenhamos claro na mente qual é o papel da mulher de acordo com a
Palavra de Deus. Apenas compreendendo os planos de Deus para o gênero feminino
é que poderemos entender o problema do feminismo, à luz da Bíblia.
- · Somos criadas por Deus e temos nossa função designada por ele.
Simone de Beauvoir, uma escritora
francesa que teve influência significativa tanto do existencialismo feminista
quanto da teoria feminista, é autora da famosa frase: “ninguém nasce mulher: torna-se
mulher”. Essa frase traz a ideia de que a feminilidade da mulher é uma
construção social, e questiona a influência biológica nas diferenças entre os
papéis exercidos por homens e mulheres. Segundo a frase, o papel delas está associado
à coerção social que as mulheres sofrem através da aprendizagem e repetição de
gestos, posturas e expressões que lhe são transmitidas ao longo da vida. A Bíblia, contudo, é bem clara em
relação a concepção e função da mulher:
“Então o Senhor Deus
declarou: ‘Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie
e lhe corresponda’.” Genesis 2.18
“Com a costela que
havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a trouxe a ele.” Genesis
2.22
Fomos criadas por Deus como mulheres, ele nos fez biológica,
emocional e fisiologicamente diferentes dos homens. Minha irmã faz faculdade na
área da saúde, e uma vez compartilhou comigo algo que aprendeu em uma de suas
aulas de anatomia: “a forma é a imagem plástica da função”. Essa frase se
aplica bem aqui, uma vez que o modo como fomos criadas por Deus está de acordo
com a função para qual ele nos designou: auxiliadoras idôneas.
A palavra “auxiliadora” tem, para muitos, uma conotação
negativa, transmitindo a ideia de inferioridade do sexo feminino em relação ao
masculino. Entretanto, essa é uma visão destorcida do maravilhoso plano de Deus
para o relacionamento entre homens e mulheres. Uma mulher auxiliadora é aquela
que caminha lado a lado com seu marido e que, com equilíbrio, consegue manter o
controle de seu lar e de todas as áreas da sua vida. Ela não é inferior ou
menos importante, apenas exerce uma função diferente de seu marido dentro do
relacionamento.
- · Devemos ser submissas aos nossos maridos
“Mulheres, sujeitem-se a
seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da mulher, como também
Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Assim
como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo
sujeitas a seus maridos.” Efésios 5.22-24
O feminismo é um movimento de luta para a emancipação das
mulheres em relação aos homens e busca a liberdade total do sexo feminino de
qualquer prestação de contas ou dependência do sexo oposto. Para as feministas
é inaceitável que a mulher deva ser submissa ao seu marido. A grande questão é
que a submissão bíblica é frequentemente mal interpretada, sendo entendida como
algo que dá suporte para comportamentos abusivos do marido para com a esposa. Todavia,
essa ideia é equivocada. A comparação feita entre a submissão da igreja a
Cristo e a da mulher ao marido é perfeita para explicar o que realmente
significa submissão sob uma perspectiva cristã. Seria algo ruim, como igreja,
estarmos submissos a Cristo? Pois bem, esse é o exemplo máximo de submissão que
deve haver dentro do casamento. O marido, tal como Cristo diante de Sua igreja,
deve ser o líder do lar. Ele deve ser amável, atencioso, respeitoso, abençoador,
protetor, sustentador e aconselhador para com sua esposa.
- · Somos criadas por Deus para a honra e glória dele.
“Assim, quer vocês
comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.”
1 Coríntios 10.31
“Pois dele, por ele e
para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém.” Romanos
11.36
O problema do feminismo, assim como o de qualquer outro
movimento que busca a “liberdade” para viver da maneira que bem entendermos,
não tendo que nos submeter a nenhuma regra em relação a como devemos nos
portar, nos vestir ou o que devemos fazer com nossos corpos, é que essas ideias
são contrarias ao que a palavra de Deus nos ensina:
“Fui crucificado com
Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que
agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou
por mim.” Gálatas 2.20
Como o versículo acima afirma, Cristo vive em nós, e tal
presença em nossas vidas deve mudar a forma como nos relacionamos com tudo a
nossa volta. O modo como falamos, nos vestimos, tratamos as pessoas e nossos
próprios corpos devem ter como objetivo agradar e glorificar a Deus e não
apenas satisfazer nossas próprias vontades e desejos. Não somos livres para
agir da maneira que “nos der na telha”, fomos crucificados com Cristo e, por
essa razão, temos um padrão de comportamento e conduta que é estabelecido pela
Bíblia.
Tome cuidado!
Como vimos, o discurso feminista e a conduta à qual esse
movimento faz apologia diverge muito do comportamento que Deus espera de nós.
Entretanto, isso não significa que devemos ter um discurso de ódio contra o
feminismo, condenando suas ideias e as pessoas que os defendem, como muitas
vezes ocorre no meio cristão. Cristo nos ensina a respeitar as pessoas e a tratá-las
com amor, independentemente de concordarmos ou não com elas. Vale lembrar que, embora
tenha ideais divergentes daqueles ensinados pelas Escrituras, o feminismo, inegavelmente,
contribuiu para grandes conquistas femininas como já mencionei nesse artigo
(direito ao voto, trabalho e acesso à educação). A grande questão é que os
princípios que conduziram essas conquistas, ou seja, o próprio ideal feminista,
em nada conversa com os princípios que devem reger a vida da mulher cristã. Não
se esqueça: sermos cristãs nos define mais do que qualquer valor social ou
político!
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Maravilhoso texto, sou cristã e concordo totalmente com o que vc escreveu. Parabéns, Deus te abençoe!
ResponderExcluirAdorei o artigo, de verdade meninas! Estão de parabéns.
ResponderExcluir“ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. Eu sempre entendi essa frase como: se eu nascer meninA mas for criada como meninO, então eu me comportarei como meninO entende? Sei lá, essa é a minha percepção
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