Em blogs e sites cristãos facilmente se
encontra: como começar um relacionamento; quais qualidades um namorado ou uma
namorada deve ter; se é errado ficar; qual o padrão de Deus para um namoro.
Porém, o que pouco se vê é: Por que terminar um namoro ou noivado?[i] As
Escrituras tem algo a nos ensinar sobre o assunto? Sim! No entanto, é óbvio que
não existe um versículo: “Ide, portanto, e termine seu namoro” (Namorais 4.3).
Então, temos que meditar acerca das motivações e princípios bíblicos que nos
levam ao término do namoro ou noivado.
Uma história real
Você que lê este artigo pode ter vivido, estar vivendo, ou
algum dia passar por esta situação de terminar um relacionamento. Eu vivi na
pele esta situação e não foi nada fácil. Imagine como é terminar um
relacionamento há três meses do casamento, contratos acertados e muitos planos.
Mas, foi inevitável, há algum tempo não entravamos em acordo, víamos que nossos
sonhos eram muito diferentes e não havia um mesmo nível de maturidade
espiritual. Então, decidimos que era melhor parar por ali, do que continuar em
algo que daria errado.
O principal motivo
“Não se ponham em jugo
desigual com descrentes.
Pois o que têm em
comum a justiça e a maldade?
Ou que comunhão pode
ter a luz com as trevas”. 2 Coríntios 6.14
O principal e primeiro motivo para o
término do namoro ou noivado que destaco é o jugo desigual. Talvez você
entregou sua vida à Cristo faz pouco tempo e está namorando alguém que não tem
um relacionamento verdadeiro com Deus, também é possível que você tem sido
desobediente a Palavra e colhido duras consequências, ou, até mesmo, nem sabia
que esta atitude é pecado. A partir de agora não existem mais desculpas para
ficar no erro.
Algo que também observo quanto ao “jugo
desigual” é na questão da maturidade espiritual. O que seria isto? É quando os
dois são crentes, contudo, um apresenta uma vida “rasa” com Deus e de quase
nenhum compromisso, enquanto o outro é extremamente envolvido e tem uma vocação
ministerial que queima no coração. Neste caso, não é pecado, mas as
consequências para a vida a dois podem ser desastrosas, pois não somente a
maturidade espiritual é desigual, como também os planos são diferentes. Por
isto abordo a seguir.
Planos, sonhos e projetos diferentes.
“Duas pessoas andarão juntas se não tiverem de acordo?” Amós 3.3
Um motivo muito sério para terminar um
namoro ou noivado são planos de vida e ministeriais muito distintos. Por
exemplo, o jovem e sua namorada, ou noiva, estão juntos, ele estuda medicina e
ela é formada em nutrição. Poderia dar muito certo, mas somente ele tem o
desejo de ir para o campo, e ela pretende continuar envolvida na igreja somente
em seu contexto. Neste caso, existem dois posicionamentos, o rapaz abre mão do
seu chamado ministerial, para se casar e ficar sempre com quem ama, ou, ele a
deixa e cumpre a missão que Deus lhe deu, e quem sabe depois encontra alguém
que o auxiliará.[ii]
É uma decisão muito difícil não é? Com certeza! Por isto é necessário que tudo
seja feito com mais lógica do que emoção. A experiência de algumas pessoas nos escancara
que aqueles que entram em jugo desigual na questão de maturidade espiritual e
desejos ministeriais são pessoas frustradas e que vivem em conflito por
pensarem de maneira muito distinta.
Em vista deste exemplo, e você poderia
imaginar muitos outros, sugiro que você antes de entrar, ou se você está, em um
relacionamento, faça algo: conheça realmente a pessoa com quem você deseja, ou
está, se relacionando.
Conheça a pessoa.
Seja intencional nas perguntas, veja se
os planos se encaixam. Procure ver se a pessoa tem a missão de vida semelhante
a sua. A Bíblia nos mostra que a mulher tem que ajudar o marido na missão que
Deus deu a ele, ela é sua auxiliadora idônea.
“Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que
o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. Gênesis
2.18
Se o
rapaz percebe que a moça não vai auxiliá-lo, então para que se envolver mais?
Não tome esta atitude, somente piorará depois. Ou, se a moça vê que ela nunca
auxiliará o marido naquilo que é o chamado de Deus para a vida dela, pense se
valerá a pena a continuar, pois haverá mais lágrimas depois.
Outros motivos
Primeiro, se o casal não consegue
controlar os hormônios: ou se casa, “Mas, se não
conseguem controlar-se, devem casar-se, pois é melhor casar-se do que ficar
ardendo de desejo” (1 Co 7.9). Caso não tenha como
fazer o casamento, coloca um alto padrão de namoro, como a corte,[iii] para
não ocorrer defraudação (1 Ts 4.6-8). Ou, termina o relacionamento, procura o
amadurecimento e se prepara financeiramente para casar. No caso, adolescentes
não procurem namorar se você não tem dinheiro nem pra pagar um lanche, quanto
mais pra sustentar uma família, termine e espere o momento certo.
Segundo, se a pessoa te trata mal hoje,
ela te tratará mal a vida inteira. Não se iluda. Principalmente vocês mulheres
por serem mais emocionais, não deixe seus sentimentos te enganar.
Terceiro, se você não sente atração
física pela pessoa, pense seriamente acerca disto, não tenha um relacionamento
por dó, falo tanto para homens como para mulheres. Veja o exemplo em Cantares
da atração do noivo pela noiva.
Quarto, se os pais não apoiam o seu
relacionamento e mesmo assim você entrou nele, vale a pena repensá-lo.
Primeiro, porque os pais são autoridades constituídas por Deus.
“Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor,
pois isso é justo. ‘Honra teu pai e tua mãe’, este é o primeiro mandamento com
promessa: ‘para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra’”. Efésios
6.1-3
E segundo porque imagine as consequências
para o relacionamento familiar! No entanto, caso os pais sejam totalmente
rebeldes a Deus e desejam que você se relacione com alguém que não é cristão,
então, antes importa obedecer a Deus, do que aos homens (At 4.19).
Em quinto lugar uma outra questão é se
você não tem certeza se esta é a pessoa com quem você quer casar. Esta questão
é muito subjetiva, e você deve perguntar a si mesmo alguns dos princípios que
vimos acima.
A decisão
Decidiu tomar esta difícil decisão?
Então, feche todas as brechas possíveis, não carregue intrigas ou problemas. Se
acerte com a pessoa, se necessário peça perdão por falhas ou até mesmo
defraudação (1 Tessalonicenses 4.3-8).[iv] Por
fim, procure manter um bom relacionamento com a pessoa, é claro dentro dos seus
limites e respeitando o tempo de cura de cada um.
“Sejam bondosos e
compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus
perdoou vocês em Cristo”. Efésios 4:32
Não
posso falar: se for assim como vimos, então termine seu relacionamento. A
decisão é sua. Digo por experiência própria que doeu quando terminei um
noivado, mas hoje me alegro muito com minha linda esposa, a qual tem me
auxiliado, sido benção em minha vida e sonhado comigo o mesmo futuro.
Reflita
e saiba, as suas escolhas de hoje sem dúvida alguma resultarão nos frutos que
você colherá no futuro. É melhor chorar um pouco agora do que lamentar-se a
vida inteira, porque o casamento não é descartável, mas para sempre.
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[i]
Um amigo meu, William Carletti, da Primeira Igreja Batista de Amparo, levantou
esta questão para mim em momento oportuno, pois não sabia ainda o que escrever.
É o auxílio de Deus nos detalhes da vida.
[ii]
Outro exemplo: Ele se tornará médico e não tem muito interesse pela igreja, mas
ela é muito envolvida e participativa. Este é um caso de jugo desigual, quanto
ao nível de maturidade espiritual e gerará problemas futuros, pois os dois serão
frustrados em projetos de vida descompassados.
[iii]
Este é um exemplo e sugestão para um namoro em santidade.
[iv]
Explico o termo “defraudação” em meu artigo: Ficar é mesmo errado http://www.jovemcrente.net/2016/05/ficar-e-mesmo-errado.html.
amem
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