Outro dia, vendo uma série, me deparei com uma realidade que chamou bastante a minha atenção. Duas pessoas que tinham um relacionamento profundo pela internet, que trocavam mensagens o tempo inteiro marcaram de se conhecer. Quando as duas pessoas se viram, perceberam que não se conheciam. Tudo o que elas imaginaram em termos físicos e até do jeito uma da outra, não eram reais. E foi aí que eu fiquei bem pensativo, porque nós temos nos relacionado com MUITAS pessoas por meio das redes sociais, mas quais desses relacionamentos poderiam realmente ser descritos como amizades?
Hoje, se não gostamos de algo que alguém falou, simplesmente
bloqueamos ela nas redes sociais. Ao mesmo tempo que podemos falar “qualquer
coisa”, pois estamos atrás de uma tela, ou seja, temos “proteção” para dizer o
que pensamos da forma que quisermos. Muitas pessoas, enquanto na “realidade”
são extremamente tímidas, mas por trás dos teclados (seja qual for o tamanho
deles), ela se torna outra pessoa. Qual o problema com isso? Nós não temos
desenvolvido amizades de verdade! Talvez até chamemos muitos de amigos, mas a
palavra tem perdido cada vez mais o seu significado. Se olharmos no Wikipédia,
veremos que ele nos dará uma definição tem se tornado rara em nossos relacionamentos:
[1]“é uma relação afetiva [...] entre duas
pessoas. Em sentido amplo, é um relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição, além de lealdade ao ponto do altruísmo.”
Ou seja,
amizade é conhecimento mútuo que tem a lealdade e altruísmo incluso. Com isso,
podemos ver uma grande ajuda das redes sociais em deixar pessoas que estão
longe, de certa forma “perto” de nós. Mas o problema é que temos desenvolvido
relacionamentos superficiais. Não há envolvimentos profundos, porque temos nos
acostumado com o virtual. A amizade é definida como uma relação que
assemelha-se a uma caminhada. E a amizade de Davi e Jonatas nos ilustra muito
bem isso!
1 Ora, acabando Davi
de falar com Saul, a alma de Jônatas ligou-se
com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma. [...] 3 Então Jônatas fez um pacto com Davi, porque o amava
como à sua própria vida. (destaque
dado por mim)
Nós podemos ver que Davi e
Jônatas se conheceram e “a alma de Jônatas ligou-se com a alma de Davi”, ou
seja, eles se tornaram amigos íntimos. Eu tentarei destacar dois pontos dentro
da amizade verdadeira dos dois que devem estar presentes nas nossas amizades.
1. É UMA RELAÇÃO ALTRUÍSTA (QUE PENSA NO BENEFÍCIO DO
OUTRO)
Jonatas era filho do Rei Saul. E
Saul queria matar Davi. Fora isso, Jonatas era o príncipe e sucessor de seu pai
ao trono. Mas mesmo Saul avisando Jonatas que enquanto Davi estivesse vivo o
seu trono estaria em perigo, Jonatas relevou isso e quase morreu defendendo
Davi (1Sm 20.33). Davi, por sua vez,
quando Jonatas morreu, procurou um descendente vivo dele, e ao encontrar o seu
filho, Mefibosete, levou ele para morar no palácio (2Sm 9.10). Ou seja, um se
importava com o outro a despeito de seus próprios interesses. Eles não estavam
preocupados com o que o outro poderia lhe oferecer. Eles simplesmente abriram
mão daquilo que era melhor, ou mais seguro e decidiram caminhar em uma amizade
profunda.
Uma amizade verdadeira não lhe
deixará cômodo, pois você sempre irá prezar pelo bem físico e espiritual do seu
amigo. Você investirá de modo a edifica-lo e proporcionar crescimento, nem que
para isso você tenha que exorta-lo ou correr riscos. (1Ts 5.11)
2. AMOR FIEL
Deus nos chama a ter amizades
fiéis. Que permaneçam firmes ao nosso lado em qualquer situação, visando sempre
o NOSSO MELHOR (Pv 17.17). Talvez Provérbios 18.24 ilustre muito bem qual deve
ser nossa postura frente as redes sociais:
“Quem tem muitos amigos
pode chegar à ruína, mas existe amigo mais apegado que um irmão.”
Não importa quantas pessoas temos
no facebook, porque a amizade verdadeira é construída com poucas pessoas. E são
essas pessoas, que nós tratamos como se fossem nossos(as) irmãos(ãs), que são
amigos de verdade. Pessoas que investem na nossa vida, assim como nós
investimos na vida delas. Assim como Jonatas e Davi caminharam juntos, nós
temos que caminhar com pessoas visando a cruz de Cristo e definindo-a como o
foco da amizade. Nossa caminhada não nos dará apenas bons momentos e boas
risadas, mas ela foca na maneira como nós fielmente nos moldamos a imagem de
Cristo, mesmo que por meio do sofrimento e angustia. A fidelidade dentro de um
relacionamento depende da forma como enxergamos nosso compromisso com Deus.
Davi e Jonatas foram fieis,
porque eles entendiam que Deus tinha um plano perfeito para suas vidas e a
amizade deles estava dentro de tal plano. A fidelidade de uma amizade depende
de quanto permanecemos fieis a Deus, pois assim sempre amaremos e nos
importaremos intimamente com nossos amigos.
CONCLUSÃO
Nós precisamos parar de vivermos
“amizades” superficiais e precisamos começar a ter amizade verdadeiras. Nós
precisamos exortar e edificar os nossos amigos. Precisamos ama-los. Devemos ter
uma fidelidade dependente dos propósitos de Deus, se importando com as coisas
temporais, mas focando nos aspectos eternos que nossos amigos têm vivido.
As amizades são bênçãos de Deus
para que as pessoas se amem mutuamente, crescendo e investindo rumo as
promessas eternas de Dele.
Sente com os seus amigos.
Converse. Fale sobre suas dificuldades e busque conselhos. Crie grupos de
cobrança. Não deixe que o comodismo e a indiferença gerem amizades artificiais,
com pessoas que na verdade, não o conhecem.
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