O que Jesus quer dizer quando ele disse que feliz é o “pobre de espírito”?
Quando Jesus inicia o sermão do monte, em Mateus 5,
ele começa “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.“
Eu nunca havia entendido isso. Era o tipo de
passagem que eu lia e pensava “aham, nossa que lindo né. Próximo.” Até que outro dia eu ouvi uma pregação do John MacArthur em que ele
explicava mais ou menos o que isso queria dizer.
Segundo o que eu aprendi, a palavra usada para
pobre é a
mesma usada para um pedinte. Aquela pessoa que tem tanta vergonha de sua
situação que não pode trabalhar, não tem condições físicas de trabalhar, não
tem habilidade para trabalhar e tudo o que a pessoa consegue fazer é pedir esmola. A
pessoa vive em um estado que depende da boa vontade da doação de outras pessoas. O pastor
estava falando que, na época de Jesus, os pedintes usavam um pano para cobrir o rosto e só esticavam
a mão. Tinham vergonha de seu estado deplorável.
Foi essa a palavra que Jesus usou. E ele não estava
falando isso literalmente, no sentido “sejam pobres e miseráveis”. Até porque, se fosse o
desejo de Jesus que fôssemos assim, ele não falaria para doar dinheiro para os
pobres, para ajudar os necessitados e etc. Então o que Jesus quer é que sejamos tão
atentos à nossa mesmice, que reconheçamos nossa pequenez e nossa invalidez. Que
percebamos que realmente não somos nada.
A gente vê atitudes assim diversas vezes na vida de personagens da Bíblia. Davi disse “Os
sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e
contrito não desprezarás, ó Deus.” Salmos 51:17
E Davi foi O cara. Ele foi uma pessoa que,
apesar de pecador, tinha o coração totalmente voltado para Deus. Ele é conhecido como o
homem segundo o coração de Deus. É conhecido como o homem que reconhecia seu
pecado, sua vida decadente, que reconhecia que precisava de um salvador, que
não tinha dificuldades em se humilhar diante de Deus e reconhecer que não
passava de pó.
Isaías também foi outro exemplo disso e, quando ele viu a glória de
Deus, ele disse: "Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e
habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o
Senhor dos Exércitos.” (Isaías 6:5). Esse “Ai de mim“, é a mesma coisa que dizer “amaldiçoado seja eu“.
São atitudes como essas que Jesus espera de nós.
Atitudes de alguém que não tem dificuldade em admitir que “Somos como o impuro — todos nós! Todos
os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como
o vento as nossas iniquidades nos levam para longe.” (Isaías 64:6)
Se quisermos ser realmente felizes (já que o
versículo de Mateus começa com “Bem-aventurados os pobres de espírito“, ou seja “feliz”), a
gente precisa reconhecer nossa pequenez diante de Deus, quebrantar nosso
orgulho, nosso Eu, reconhecer que não somos tão “bonzões" como nós
pensamos. Reconhecer que, se quisermos nos aproximar mais de Deus, devemos ter
um coração quebrantado, um coração moldável. “O Senhor está perto dos que têm o coração
quebrantado e salva os de espírito abatido.” Salmos 34:18.
E então, eu me pergunto. É isso que a gente aprende
hoje em dia?
Várias pessoas têm receitas mágicas para a
felicidade. “Faça isso na sua vida que você vai ser feliz”. “Determine a
felicidade na sua vida”. “Erga sua cabeça e seja feliz!”. “Seja feliz sozinho”.
E sabe de uma coisa? Pessoas passam anos e anos acreditando nessas mentiras,
tentando trazer sorrisos em seus rostos, sorrisos que não alcançam
seus olhos, porque acham que “se talvez eu falar pra mim mesma repetidas vezes
que eu sou feliz, isso vai se tornar realidade.”
A verdade é que não vai.
Jesus começa a ensinar, logo no começo do seu
ministério
que o caminho da felicidade começa na porta de entrada para o Reino de Deus.
E a porta de entrada para o Reino de Deus é estreita, muito
estreita.
Felizes são aqueles que têm um coração quebrado,
quebrantado, que entendem que não são nada.
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