Polêmicas.
Elas despertam interesse nas pessoas por meio de seus títulos chamativos que
ocupam as revistas, jornais e os meios digitais. Sempre existe uma polêmica,
pois sempre existe mais de uma opinião sobre vários assuntos. Talvez, como cristãos,
tenhamos a tatuagem, aborto, baladas, bebidas e outros tantos assuntos como
aqueles denominados “polêmicos”. Gostamos de discuti-los, mas normalmente nunca
chegamos a um acordo.
Se pensarmos em uma lista, partindo daquilo que a Bíblia nos oferece, creio que a maior polêmica que podemos encontrar dentro das nossas igrejas nos tempos modernos em que vivemos, seja o adultério. Isso porque em gênesis, Deus cria a mulher e deixa claro o porquê desse relacionamento entre marido e mulher ser tão importante:
“Disse então o homem:
"Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada
mulher, porque do homem foi tirada". Por essa razão, o homem deixará pai e
mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.” Gênesis 2.23-24
Ao
olharmos para o relato acima nós vemos Deus criando um relacionamento que em
muito se aproximaria da figura da trindade: “e eles se tornarão uma só carne”.
Por isso, ao analisarmos isso, talvez, por meio de nossa mentalidade limitada,
diríamos que a maior polêmica hoje presente é o adultério. Mas, e se esse
adultério pudesse se dar em uma esfera maior, onde sua consequência fosse pior
do que o adultério presente em um casamento? E se houvesse uma polêmica que
sobressaísse a todas as outras, mas que, a nosso ver, ela não seja “polêmica”,
porque de certa forma não tem sido tão discutida em nossas igrejas?
Tiago vai nos apresentar uma das
maiores polêmicas que perpassa todas as épocas, e que deveria ocupar os títulos
chamativos que vemos pelos meios de comunicação. Mas o problema é que os meios
de comunicação fazem com que essa polêmica não faça parte das nossas conversas.
Pelo menos não da forma profundamente dura que Tiago nos apresenta.
“Adúlteros,
vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser
amigo do mundo faz-se inimigo de Deus.” Tiago 3.4
A maior polêmica não é o
adultério que alguém comete contra seu cônjuge (o que não deixa de ser trágico
e pecaminoso), mas é a forma com que trocamos Deus pelo mundo. Esse é um adultério
que muitos cometem, mas que nunca estará impresso em uma grande revista do país,
nem ocupará as manchetes dos grandes blogs. O problema é que temos polemizado
coisas que não deveríamos gastar tanto tempo discutindo, ao invés de darmos
ênfase no que deveria ser a essência da nossa vida. Gastamos nosso tempo com
conversas superficiais, tolas e intermináveis que não nos levam a pensar com
profundidade sobre aquilo que deveria compor nosso ser. É claro que devemos
conversar e meditar sobre muitos assuntos, mas devemos entender quais são
aqueles que devem tomar mais o nosso tempo.
“Como
é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos
pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores!” Salmos 1.1
Salmos
começa em seu primeiro capítulo falando sobre três estágios de degradação progressiva
que o pecado provoca no homem. O homem guiado pelo pecado começa seguindo “o
conselho dos ímpios”, depois passa a imitar “a conduta dos pecadores”, e por
último, quando percebe, já está assentado “na roda dos zombadores”. Esses
estágios são comuns na vida de muitos “cristãos” que se deixam levar de tal
forma, e não percebem que estão sendo levados pelo instinto pecaminoso que
domina seu coração. Assentar-se na roda dos zombadores, discutindo sobre temas
fúteis e fazendo piadas com as discordâncias mostra que podemos estar
adulterando, ao jogarmos fora a profundidade da Palavra para vivermos buscando
uma bela polêmica que o mundo ou o dito “mundo gospel” nos traz. Mas o Salmo
nos dá uma solução para esse problema, quando ele continua no versículo 2:
“Ao
contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e
noite.”
Ao
nos dedicarmos a uma leitura atenciosa e amorosa para com a Escritura,
meditando e expondo isso por meio da oração, nós seremos levados a “polêmicas”
muito mais profundas e impactantes, pois são eternas e transformadoras. Um Deus
se tornando homem. Um ser perfeito sendo condenado à morte. Um grupo de
discípulos deixando de confiar no seu mestre. Um santo que tomou os pecados de
rebeldes. Um ofendido trazendo perdão sobre seus ofensores. O evangelho é
polêmico, não porque ele nos apresenta futilidades, mas porque ele nos
conscientiza do fútil viver que temos, caso não sejamos direcionados por um
compromisso real e fiel com um Deus misericordioso. Existe algo mais polêmico
que isso? Por isso, que nossas vidas sejam polêmicas, não por conta de assuntos
que tenham opiniões diversificadas, mas pelo impacto que nossa vida deve causar
no meio em que vivemos. Que não nos contentemos com esse mundo, e que mostremos
nossa insatisfação através do nosso viver. Que as “polêmicas” do Evangelho
criem um brilho em nossos olhos e uma busca progressiva em nossos corações.
“Não
se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua
mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus.”
Romanos 12.2
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