Às vezes eu me pergunto, quantas
vezes nós damos conselhos que nós mesmos não seguimos? Quantas vezes nós
falamos para alguém: “confie em Deus”, “fique tranquilo, vai dar tudo certo” ou
“tenha fé, pois Deus sabe o que é melhor”? Tranquilizamos alguém com o nosso
melhor “crentês” e ainda lançamos o versículo-chave: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm
8.28).
Por muitas vezes eu falei esse
versículo quase como que enviando uma energia positiva. Como se eu quisesse
dizer que, um dia, as coisas iriam dar certo. Problemas financeiros iriam
acabar, doenças seriam curadas, relacionamentos seriam restaurados, e tudo
ficaria bem. Acreditava que confiar em Deus era crer que ele resolveria todos
os meus problemas. Minha primeira crise de fé veio quando eu descobri que isso
poderia não acontecer.
Foi então que eu descobri que
confiar em Deus não é esperar que tudo dê certo nas nossas vidas. Não é
acreditar que, mais cedo ou mais tarde, sua vida vai, de fato, se parecer com o
seu Instagram. E, ao entender isso, eu descobri que eu não confiava tanto assim
em Deus, pois eu não acreditava que, mesmo se nada disso acontecesse, ele
continuaria sendo bom.
Quando está tudo bem, é fácil
confiar que Deus é contigo, que ele te dá a vitória e que ele é “galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6).
Mas quando o dinheiro parece não chegar, quando a doença piora ou quando
relacionamentos se rompem, nós muitas vezes damos lugar à ansiedade e à
preocupação e nos questionamos: onde está Deus no meio de tudo isso?
Quando passamos por momentos
conturbados, é difícil acreditar que esse é o melhor que ele tem para nós. Em
ocasiões como essas, eu muitas vezes me perguntei: “as coisas não deveriam
cooperar para o meu bem? Os planos de Deus não deveriam ser de me fazer
prosperar e de não me causar dano (cf. Jr 29.11)?”
Veja bem, o melhor plano que Deus
pode ter para nós é a eternidade. Não importa se passamos por dificuldades
nesse mundo, se tivermos nossos olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé (cf. Hb 12.2), nada mais
importa. Ele foi capaz de suportar uma vida sem conforto e sem garantias, foi
capaz de suportar xingamentos e traições, uma vida cheia de opositores e “haters”, mas o importante é que ele
também foi capaz de suportar a cruz, sabendo que essa era a boa, agradável e
perfeita vontade do Pai (cf. Rm 12.2), pois a mesma cruz que o matou, trouxe
salvação para nós.
Deus não nos prometeu uma vida de facilidades aqui na
Terra. Ele nunca disse que não teríamos perdas, não passaríamos dificuldades e
não sofreríamos. Mas ele prometeu que estaria conosco em todos os momentos.
Prometeu que, mais importante do que a vida aqui, é a vida que ele tem
preparado para aqueles que o amam (cf. 1 Co 2.9). Prometeu a eternidade para
aqueles que creem em seu nome (cf. Jo 3.16) e prometeu que voltaria para buscar
os seus (cf. Jo 14.3).
Até lá, tenha em mente que Jesus nos confronta a
carregarmos nossa cruz, não nossa sombrinha. Isso quer dizer que, por vezes, é
na dificuldade que Deus quer nos tratar e realizar sua vontade. Se não fosse
assim, Tiago não nos ensinaria que devemos ter por motivo de grande alegria
passarmos por tribulações (cf. Tg 1.2-4). Então, mesmo quando tudo estiver
difícil, confie que aquilo que Deus tem para você é o melhor, mesmo que não
pareça. Saiba que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que
amam a Deus” sim! Porém, ele é quem sabe o que é “bom, perfeito e agradável”. E lembre-se: “os sofrimentos do tempo presente não podem
ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8.18).
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