Existe algo muito incômodo para
uma série de pessoas: conhecer gente nova. A exceção de algumas pessoas que são
altamente comunicativas e, por isso, têm facilidade de conhecer novas pessoas,
geralmente é bastante difícil se sentir a vontade com alguém que você não
conhece. Os mais envergonhados ficam sem saber o que dizer e os mais tímidos
chegam a travar.
Porém, seja você altamente
comunicativo ou tímido e envergonhado, fica uma dica para conhecer alguém novo:
comece com essas duas perguntas: “qual o seu nome?” e “o que você faz?”.
Esta última pergunta possibilita
uma série de conversas. Isto porque quando conversamos com algum desconhecido
pela primeira vez e precisamos puxar assunto esta pergunta nos ajuda a conhecer
mais da outra pessoa. Pare e pense. Quando te perguntam isto, o que você
responde? Talvez você diga “sou um estudante e quero passar no vestibular”, ou talvez
“faço faculdade de direito e trabalho como estagiário”.
Estou te fazendo passar por este
exercício para te mostrar que toda vez que perguntamos a alguém o que esta
pessoa é, ou faz, sua resposta geralmente é sua profissão e ocupação. Por quê?
Porque estamos acostumados a definir nossa identidade a partir daquilo que
fazemos. Em nossa sociedade, parte da nossa identidade é definida pelas nossas
práticas.
Mas, diferente das mais diversas
profissões e ocupações que existem, há algo comum entre todos os seres humanos
- homens e mulheres, senhores e crianças, jovens e adolescentes - que define
nossa identidade: o pecado. Gostos, preferências e idades podem mudar, mas
nossa identidade não muda – somos pecadores.
O que é pecado?
Eu disse que somos pecadores. E
disse mais: todo ser humano é um pecador. Ora, esta notícia tão ruim precisa
ser provada, certo? Justamente por saberem disso os autores bíblicos, de forma
geral, sempre salientaram esta condição do homem. Para mim, o livro bíblico que
deixa mais clara esta realidade é a carta de Paulo aos Romanos. No capítulo 1
Paulo diz que Deus entregou o ser humano às suas paixões mundanas.
Mas, no capítulo 3, Paulo explica
melhor o que é o pecado e o que este faz conosco. Veja Romanos 3.10-12 e 23:
“Como está escrito: Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que
entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente
inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer [...], pois todos
pecaram e estão destituídos da glória de Deus”. Fortes estas palavras de Paulo,
não é verdade? Paulo estava nos mostrando duas realidades sobre o pecado:
- Pecado é aquilo que fazemos. Paulo
afirma que não há ninguém que faça o bem. Somos incapazes de viver segundo o
padrão de santidade e moralidade de Deus. O dez mandamentos, por exemplo, são
muito bem utilizados para nos mostrar esta realidade. Praticamos atos de
desobediência pelo menos uma vez na vida, em algum nível, em cada um destes
mandamentos. Somos, portanto, pessoas que praticam o mal por natureza. Não é à
toa que um bebê quando tem um brinquedo subitamente tirado de sua mão chora
demais. Seu egoísmo está sendo mostrado por meio de seu choro. Todos praticamos
o pecado.
- Pecado é quem somos. Aqui a
conversa se torna mais séria. Lembra do começo deste texto quando eu disse que
pecado é nossa identidade? Paulo confirma isto. No texto de Romanos 3 o autor
diz que ninguém entende a Deus e que “tornaram-se” inúteis. Esta palavra é
muito significativa. Pecado não é apenas o que você faz, pecado é o que você se
tornou. Você não é uma boa pessoa que as vezes erra. Pecado é sua identidade.
Você é um pecador. Eu sou um pecador.
Portanto, pecado é a prática do
mal e a desobediência a Deus. Mas, pecado é muito mais do que isto. Pecado é a
identidade de cada ser humano. Tão certo quanto um bebê nasce com genes que
determinam sua cor de cabelo e cor de pele, ele também nascerá um pecador.
O que o pecado faz?
Você foi criado por Deus para ter
vida e relacionamento com Ele e com outras pessoas. Você não foi criado para
morrer, muito menos para ser afastado do relacionamento com a única pessoa que
sustenta a sua vida. Mas é isto que o pecado faz. O pecado produz morte em três
níveis:
- Morte física, ou seja, um dia
seu corpo morrerá;
- Morte espiritual, ou seja,
ainda vivo em corpo, você está espiritualmente morto;
- Morte eterna, ou seja, seu
destino é o total e completo afastamento de Deus.
Estas três mortes significam que todo
ser humano, quando nasce, está condenado à punição e ao afastamento de Deus. O
pecado faz com que você esteja afastado de Deus e garante que você ficará
assim
eternamente.
Você não foi criado para isto. Quando
Deus cria Adão e Eva, Ele o faz perfeitamente. Aqueles dois seres humanos eram
perfeitos. Eles tinham relacionamento um com o outro, com a criação, e com
Deus. Adão e Eva eram imortais e passavam seus dias desfrutando de amizade com
Deus e entre eles. A vida era boa e perfeita. É a entrada do pecado neste
mundo, por meio da desobediência deles, que transforma vida em morte e faz de
nós pecadores. Deus condena os pecadores ao afastamento dele. Portanto, a morte
é a consequência para todos os pecadores.
Você talvez esteja lendo e
dizendo: “ok, mas eu sou cristão. Como o pecado me afeta”? É preciso entender o
que significa estar afastado de Deus. O afastamento de Deus significa que o
pecador não tem mais relacionamento ou comunhão com Deus. E isto afeta até
mesmo os cristãos. Veja, cristão nenhum perde sua salvação (aliás, encerraremos
nosso texto mostrando como Cristo resolve o problema do pecado trazendo
salvação). Mas, cristãos podem ter sua comunhão com Deus quebrada
por causa do
pecado.
Uma filha continua sendo filha
não importa o que faça, mas o relacionamento com sua mãe pode mudar por conta
do que faz ou deixa de fazer. Isto significa que nossos pecados não culminam em
perda de salvação, mas em quebra de relacionamento. E Deus, como um pai de
amor, provará seu amor provendo então disciplina graciosa para nos repreender e
nos conduzir novamente a um relacionamento com Ele.
Portanto, a grande consequência
de pecar, para os cristãos, é esta: perdemos o relacionamento com Deus e
veremos nosso Pai agir amorosamente trazendo disciplina para que voltemos ao
caminho de comunhão com Ele.
Mas não perca o ânimo. O final do
texto traz esperança!
Do que precisamos para solucionar este problema?
Se, por um lado, somos pecadores
neste nível que vimos Paulo afirmar, então, o que nos resta? De fato, não
podemos fazer nada, a partir de nossa capacidade e habilidade, para mudar nossa
identidade
e nosso destino.
No entanto, a esperança tem nome:
Jesus Cristo. Por amor, Jesus sendo Deus se fez homem e veio à Terra para viver
uma vida perfeita (diferente de nós) e se sacrificar em nosso lugar. Jesus se
humilha, pois sendo Deus se tornou homem, e se entregou na cruz. Um homem
perfeito que não merecia a morte foi condenado e morto. Por quê? Para que?
Ele morreu por causa do amor por
nós para levar sobre si a culpa e a punição do pecado. Para nos salvar. Para
dar vida eterna para quem ia passar a eternidade longe de Deus. Jesus passou
três dias morto e separado de Deus para que você nunca mais esteja separado
dele.
Como diz a Bíblia em 1 Pedro 3.18:
“Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos
injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo
Espírito”. Cristo morreu para que você tenha vida. Cristo foi afastado do Pai
por três dias para que você nunca mais seja afastado dele. Quando você crê que
é pecador, que precisa de salvação, e que Cristo com sua morte e ressurreição
se torna seu único e suficiente salvador, você ganha esta vida que Cristo dá.
E
ela oferece várias consequências.
O que esta verdade produz em nós?
Temos aqui algumas consequências
maravilhosas da obra salvífica de Deus na
cruz:
- Você passou da morte para vida.
Seus pecados não mais te definem;
- Você ganhou uma nova
identidade. Você não é mais um pecador, mas um cristão, filho de Deus;
- Você ganhou relacionamento com
Deus. Agora pode conversar hoje e eternamente com Deus;
- Você pode agora viver de forma
livre e obediente. Por gratidão pela obra de Jesus somos chamados
a uma vida
distante do pecado, de obediência, por amor a Deus.
Eu poderia escrever mais consequências
da salvação em nós. Mas quero encerrar te incentivando a refletir nestas
verdades. Se você nunca entendeu como pode ser salvo, fale com Deus colocando
sua confiança em Cristo. Peça para que Ele te salve dos seus pecados. Ele
certamente o fará.
Se você já é cristão, te
incentivo a se alegrar com as verdades que você já desfruta e a lutar contra o
pecado, amando a Jesus e amando a obediência a Jesus. Se somos salvos pelo amor
de Cristo, somos chamados ao amor a Cristo. E se o amamos o obedecemos em santidade,
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama” (João
14.21a).
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