Pra quem gosta de Black
Mirror, um filme muito aguardado. Pra quem não acompanha (meu caso), algo que
chama a atenção pela possibilidade de interagir com os acontecimentos do filme.
Basicamente, sem mencionar a
história em si, o filme (que é na verdade um episódio estendido da série) lhe
dá a opção de escolher a todo momento, o que acontecerá em seguida, desde
escolhas triviais, como o que comer no café da manhã, até escolhas que mudam
completamente a história envolvendo assassinatos, ofertas de emprego e por aí
afora.
Quem se dispôs a fazer e refazer as escolhas e ver todos os finais, descobriu que há pelo menos 15 finais alternativos, que se entrelaçam em suas histórias e ajudam o expectador a entender o todo da história (ou seja, se deixar de ver um dos finais, acabará também perdendo mais informações sobre o que realmente estava acontecendo).
Quem se dispôs a fazer e refazer as escolhas e ver todos os finais, descobriu que há pelo menos 15 finais alternativos, que se entrelaçam em suas histórias e ajudam o expectador a entender o todo da história (ou seja, se deixar de ver um dos finais, acabará também perdendo mais informações sobre o que realmente estava acontecendo).
Sem tecer nenhuma crítica
sobre o filme, vamos falar sobre a sua ideia central.
Quem conhece a série Black
Mirror sabe que a todo momento são levantados questionamentos sobre a
construção e comportamento da sociedade, a realidade em que vivemos e as
consequências do envolvimento cada vez maior do ser humano com a tecnologia.
Tudo isso está presente neste filme, e quer você goste ou não, assisti-lo o
levará a questionar algumas coisas.
Basicamente, o personagem se
vê envolto em decisões difíceis que geralmente dão errado, e completamente
absorto em um jogo virtual que estava desenvolvendo. Mundo real e virtual se
misturam a tal ponto, que ele percebe que não havia controle algum sobre as
suas decisões e que alguém o estava controlando (no caso, nós, os
expectadores). Há momentos inclusive, em que o personagem conversa conosco e
nós explicamos o que está havendo. Quem assiste ao filme, percebe que está em
um jogo, e que dirigir a vida do personagem é o desafio em questão. Porém, em
um dos finais alternativos, fica claro que nós que estamos jogando/assistindo
não temos controle absoluto, e a própria Netflix confessa nos dar essa falsa
ilusão, para que cheguemos sempre a finais pré-estabelecidos pelos autores, mas
ainda assim, continuamos jogando e buscando outros finais alternativos
procurando um que nos agrade. Tudo se entrelaça de tal forma que fica
confuso perceber quem está no controle (hora o personagem tenta desobedecer às
nossas escolhas, hora tentamos achar falhas na história e fazemos opções
diferentes), e tudo isso sempre nos levando a refletir sobre como essa dinâmica
ocorre em nossas vidas.
Pensando dessa forma, quem
estaria no controle das nossas vidas? O que nos faz escolher o que escolhemos?
Será que a tecnologia já nos envolveu de tal forma que todas as nossas decisões
são influenciadas por ela? Será que já há um final pré-determinado para a nossa
vida e não importa o que escolhamos, no fim, acabaremos tendo que passar por
ele?
É
incrível como Deus e a sua palavra nos dão resposta para essas perguntas.
Aliás, se você acredita em Deus, com certeza ninguém melhor do que ele pra
saber quem está controlando sua vida.
Seu coração determina suas escolhas
Falar sobre o que controla
nossa vida não é tarefa fácil. A Bíblia
nos mostra que há varios fatores determinantes para os caminhos que tomamos e a
forma como vivemos. A principal delas, certamente, é o nosso coração.
Por coração podemos entender a
parte não material de quem nós somos, nossa mente, intelecto, emoções. Tudo o
que absorvemos e permitirmos moldar nosso coração (nossa forma de pensar e
sentir) irá influenciar absurdamente a forma como vivermos.
“Acima
de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida”.
(Provérbios
4:23)
Nossa vida depende do que
permitirmos nos influenciar. Pessoas imaginam seus relacionamentos baseando-se
nas músicas que ouvem, nos filmes românticos que assistem, e se decepcionam com
a realidade. Podem se basear em perfis famosos em redes sociais, ou ouvir por
horas youtubers engraçados como metas para a felicidade, e igualmente se
frustrarão.
As músicas que ouvimos, o que
assistimos, lugares que frequentamos, e por aí afora, irão sim influenciar e
muito como agimos, sentimos e pensamos. Podemos até ter a ilusão de estarmos no
controle, mas estas coisas já determinaram nossa forma de entender as coisas.
Sua cosmovisão determina suas
escolhas
Que raios é uma cosmovisão?
É a forma como você enxerga a
vida, o mundo. Como falamos anteriormente, tudo o que entra em nosso coração,
determinará nossa cosmovisão.
Todos nós temos uma cosmovisão.
Ela é influenciada pelo lugar que nascemos e vivemos, a cultura, nossa família,
tudo o que está ao nosso redor vai moldando a forma como entendemos a vida. O
evangelho, não só nos garante a vida eterna e o relacionamento com Deus, como
também uma nova, totalmente nova, cosmovisão. É como se Deus aos poucos tirasse
as lentes embaçadas pelo pecado e por equívocos que estavam em nossos olhos, e
substituísse por óculos novos, que nos façam enxergar tudo da forma correta.
O instrumento de Deus para isso,
para trocar as nossas lentes, é a sua palavra:
“toda
a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para
a correção e para a instrução na justiça”
(2
Timóteo 3.16)
É por isso que o salmista
escreveu:
“A tua
palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho”.
(Salmos
119:105)
É a palavra de Deus que nos
ajudará a tomar as melhores decisões, a fazer as escolhas certas. E isso porque
ela nos dá uma nova forma de enxergar a vida, a forma que Deus quer que
enxerguemos, e que é infinitamente melhor para nós.
E Deus, ele controla nossa
vida?
Aqui está a parte mais difícil
de entender. Deus tem poder sobre todas as coisas. É a ele que pertence a
história de toda a humanidade. Ele é o criador de todas as coisas e tudo
pertence a ele (Cl 1.16). Será então que Deus já determinou como será a nossa
vida, e não importa o que façamos o controle é todo dele?
A Bíblia nos ensina que nós
temos total responsabilidade pelo que fazemos e escolhemos:
“...coloquei
diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida,
para que vocês e os seus filhos vivam,
e para
que vocês amem o Senhor, o seu Deus, ouçam a sua voz e se apeguem firmemente a
ele...”
(Deuteronômio
30:19,20)
A escolha é sim nossa. Somos
responsáveis por escolher o mal ou o bem, tomar boas ou más decisões. Mas ao
mesmo tempo, a Bíblia nos mostra inúmeros textos que apresentam Deus como
Senhor sobre todas as coisas e sobre tudo o que acontece:
“Não
se vendem dois pardais por uma moedinha? Contudo, nenhum deles cai no chão sem
o consentimento do Pai de vocês”.
(Mateus
10:29)
Da mesma forma que temos total
responsabilidade pelo que fazemos, nada acontece sem que o Senhor permita. Essa
dinâmica está presente em toda a Bíblia. Temos total responsabilidade pelo que
fazemos, mas ainda assim, Deus está no controle de todas as coisas.
“Ao
homem pertencem os planos do coração, mas do Senhor vem a resposta da língua”
(Provérbios
16:1)
Do ponto de vista moral,
precisamos que Deus nos ajude a fugir do que é mal. Ao mesmo tempo que a
escolha por escolher andar com o Senhor é nossa, precisamos desesperadamente da
sua ajuda para conseguirmos fazê-lo.
“Que
o Senhor [...] faça com que de coração nos voltemos para ele, a fim de
andarmos em todos os seus caminhos e obedecermos aos seus mandamentos, decretos
e ordenanças, que deu aos nossos antepassados”
(1
Reis 8:57,58)
Do ponto de vista de decisões e escolhas quanto à nossa vida,
antes de qualquer coisa, precisamos buscar ao Senhor para escolhermos com
sabedoria:
“Ouçam agora,
vocês que dizem: "Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade,
passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro". Vocês nem
sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina
que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa. Ao invés disso, deveriam
dizer: "Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo".
(Tiago 4:13-15)
(Tiago 4:13-15)
Conclusão
Não, nós não temos controle absoluto sobre nossas vidas.
Quer na questão de sermos influenciados o tempo todo, quer na questão de que
nada acontece sem que o Senhor permita. Sendo assim, precisamos escolher com o
que vamos nos envolver, e ao mesmo tempo, se queremos viver agradando ao Senhor,
precisamos busca-lo.
Nossa vida não é um jogo, em que alguém com mais poder toma
as decisões por nós e escolhe como será o nosso fim. Nossa vida tem tanto
valor, que o Criador dela deu sua própria vida em nosso lugar, para que pudéssemos
tomar as melhores decisões, a começar, a decisão de estar com o Senhor. Nossa
vida é o único “jogo” em que o autor conseguiu se tornar o personagem
principal, enfrentou tudo o que nós passamos, sofreu e se alegrou como nós, até
enfrentar a morte e o sofrimento que nós deveríamos enfrentar, em nosso lugar.
Assim, cabe a nós a
decisão e a escolha de busca-lo ou não, de “deixarmos” ele ter o controle ou
não, de nos submetermos e envolvermos Deus em todas as nossas escolhas. A
promessa dele, é um convite que durará para sempre.
“eu vim para que
tenham vida, e a tenham em abundância”
(João 10:10)
(João 10:10)
E aí, qual final você
ira escolher?
Autor: Maximiliano de Oliveira Richter. Bacharel em Teologia pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida, com Especialização em Aconselhamento Bíblico. Atualmente é Pastor - Dirigente da Igreja Batista Ebenézer em Registro, SP.
Autor: Maximiliano de Oliveira Richter. Bacharel em Teologia pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida, com Especialização em Aconselhamento Bíblico. Atualmente é Pastor - Dirigente da Igreja Batista Ebenézer em Registro, SP.
Revisado e corrigido por Aline Santos
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